terça-feira, 22 de junho de 2010

E contam-me desde criança que só o amor permanece.
Não! O que permanece são as palavras.
A poesia contida nelas, nas sua letras engarrafadas em sílabas.
É o meu sentido dado a elas,
o vício de escrevê-las sem necessidades que reticencia.
O desespero de contar cada coisa em verbos.
A palavra sim,  sentimento duradouro
é ouro em pó, em barra, em versos.
Labirito nostálgico de entendimentos cheios
Sede de uma água que corre do rio que só eu conheço
onde sozinho me banho, aonde ninguém pode me acompanhar.
A palavra  mais lenitiva que a rosa
matando mais que nazistas
destrói mais que a guerra, a fome e outros hobbies humanos.
A palavra é o rito eterno de quem quer dizer.

Um comentário:

  1. Li um texto hoje sobre música contemporânea que me dizia que do erudito, daquela construção de antigamente do canto, o que hoje nos resta e não insignificante, mas popular são as palavras, as contravenções, o modificar...
    Assim modifica o amor nas palavras: dando outra conotação a elas.

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