segunda-feira, 7 de junho de 2010

É dura a idéia da pedra
é pesada a madrugada cansativa
escrever quando ninguém me escuta.
A coruja, a umidade e a nuvem única
silencia o ouvidocom medo porque não tem lua.

A poesia é esquisita
não está no papel
do livro fugiu
do coração se esquivou
para o inferno se abriu.
A poesia não diz nada
Murilo Mendes está morto
e eu escrevos para as futuras traças
das bibliotecas homéricas que imaginei no mundo
 incendiadas na soturna insensatez
na obscenidade das bombas que em breve mandarão lembranças.

Vã intrepidez do poeta anônimo
que não vende livros
e nem sequer acha palavras que se pronuncie
Sonho tolo fazer versos
sobre o amor à revelia da humanidade
perdida, sífilis cautérizada, implodida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário