quinta-feira, 17 de junho de 2010

atormenta

Escrevo poemas para levar açoites
Ter noites, dormida e acordada.
Leio de Lusíadas a Unamuno
Valèry e Lorca para
entrenter o minuto que balança na cabeçeira
e viaja deixando-me velho.
Pontuo minhas verdades.
A arte de escrever conforme às leis
da ciência mística e literária
consiste em ter algo para dizer,,,
Tomar do papel e expor o esconderijo da folha branca.
Nela já está escrito tudo,
apenas desenho o que em mim já é palavra ou seu desejo.
Todos os livros nascem de um espaço branco, liso
de métrica retangular e esvoaçante.
Assim, feito o papel que nos sai da mão,
o poema pode realizar-se.
E os tempos de Einstein e de anônimos científicos
não resolveram o problema da poesia.
Qual vírus, então, que ao longo de milênios
afeta os homens e os fazem epidêmicos
endêmicos, anêmicos de tanto sugá-los?
Desde que tudo era pedra
o homem das covaspintavam os priemiros indícios
de letras querendo fazer palavra e verso.
Lembrei-me (pauseio) de um livro que li
não sei o nome (enrugo a testa)
mas recordo a poesia nele escrita
eram como estrofes receitadas de música
de escândalos verbais
e lágrimas metafóricas.
Escrevo agora
com o único intuito de escrever
)não que deseje ser artífice(
todos já somos
é apenas uma questão orgânica
de supervivência para reger o dia
e suportar a noite.

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