segunda-feira, 5 de novembro de 2012


presente de aniversário atrasadíssimo (sem internet em casa)
o passado reminiscente
do sentimento verde
das pompas da noite
da poesia terra fértil
das conversas que escorrem pela mesa do bar
do prazer gratuito percorrendo desejos subversivos
versos pra ti, juanito
um belo ser que existe

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Eu queria te comprar flores.
Escrever mais um verso.
Deitar ao lado e, quem sabe,
não dormir. Mas eu queria!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

"Sim, a vida seca.
Mas os olhos molham, os olhos rios que vão apenas,
como todos os rios.
É naquele ponto de mar-rio onde o doce e o salgado se encontram.
Ali está o sentido da vida
e a mistura de gentes, coisas, lugares e sentimentos que avançam
a nosso favor ou contra.
É preciso arriscar um tiro, um salto, um voo,
ou vários ao mesmo tempo."

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Me despedindo com o colorido que foi toda a nossa
convivência: saltos, vermelhos, facas, tomates, taças, flores, fones, tequilas, cervejas e muita risada barata, alta, por motivo desimportante, claro.
Tudo na vida é encontro e nas relações construimos a nós mesmos.
Tudo na vida também é despedida, e nela a gente tem vontade de viver o outro de novo, muitas outras vezes, em muitos outros lugares.
A garantia de que não somos, estamos sendo e vamos indo...
Beijo de saudade graaaande! E aproveite tudo, viva.

Para Alda Pessoa, 06 de Agosto de 2012

terça-feira, 31 de julho de 2012

A palavra não está estática esperando por nós.
Ela se movimenta em busca,
procura-nos, 
angustiadamente nos caça,
Feito nosso lavor seco de inspiração.
É nessa frenética busca que surgem 
os dionisíacos poemas de amor
Arranjam as flores nas praças, 
os bancos de vermelho foram pintados.
Combinemos a cor do amor e da vergonha.
Ó patria odiada, salve, salve-nos, por favor.
Os espaços construídos para caminhar, sentir a brisa e para dormirem pessoas sem.
Não há comida nem vaga para todos.
Cada vez mais amigos, homens e mulheres concorrem na mesma armadilha, mas se abraçam menos. 
Água, trigo, comida não falta. 
Falta algo menos pensado e menos tredo.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Eu penso sempre duas vezes antes de escrever.
E mais uma outra quando termino,
e ainda outra depois.
Nunca mais ficarei livres dos pensamentos que o poema
me atormentou.
Numa espécie de engasgo eterno eu me estive
quando li o último de Drummond.
E a vida era tão seca quanto uma troce alérgica.

Não havia água para colocar nas flores
e as cores eram contaminadas de fuligem.
O coração batendo ansioso, espantava-se por causa da música
péssima na noite dos outros amantes.
Os medos eram de mão dadas
e cambaleava feito fraqueza de fome.
Eu esquecia quem era
e o que escrevia também.
O autor morria de overdose
mas ressurgia como depois de uma ditadura.
A palavra acompanhou a prisão e o vôo
mesmo assim, ela abandonava a mão que a clamava presença.
O poema não foi escrito porque a música ainda se restaurava nos ouvidos.




Não colocou título no poema
porque nada mais podia receber nome.
Os objetos haviam perdido a função lógica
para a qual haviam sido criados.
As pessoas não pertenciam mais as nomenclaturas dadas
do pai e mãe. Tudo no mundo era uma espécie de novidade
como se a existência fosse duma realidade de dentro do poema.

domingo, 15 de julho de 2012

A dor diz no peito,
engasga na garganta
e se liquidifica nos olhos.
O amor toma o rumo que ele quer.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ontem, entre outros dias da minha meia vida
eu quis chorar. Mas a sensação de querer chorar era mais do que a visível
e imágética de derramar águas, cuja manifestação atinge outros que às vezes acabam imitando-nos por sensibilidade ou identificação.
Eu quis chorar pra me ver derramando, para me descobrir como um rio, e que caminho eu tomaria depois da descarga de líquidos que iriam  verter  do dois buracos fundos do meu rosto
e untar a minha pele seca e cheia de choques.
Porque eu lembrei do teu corpo, simplesmente, porque eu lembrei do teu corpo, onde eu pesei antes o meu
e onde tu me pesavas o teu.
Aquela sensação muitas vezes provada de que os corpos tocam mais do que com as mãos,
que mesmo não se tocando eles já amaciam o outro com os olhos ou mesmo com o pensamento de longe, e se esquenta a libido, e acontecem outras coisas sozinho.
E eu dormi por fim, dormi e chorei no sonho, acordei turbado pela tua presença também onírica nos meus dias sem crono. E o que restava era mais algumas horas daquela dor sem finitude.Que vai rasgando paulatino o papel no corpo e distribui tinta vermelha do sangue por todas as áreas circunscritas do meu espaço que pouco conheço.
Eu ainda quero chorar e as razões aumentam porque a memória ativa a intimidade dos nossos dias e a culpa que me fizeste sentir pelas horas que eu não quis ser teu.
Ainda quero jorrar a dor que me parece não passar, porque eu lembro que tu também me negaste um poema, um beijo, um copo d'água para o amor, para a sobrevivência daquilo que era criança e, feito eu, chorou nos teus braços pedindo alguma coisa que não era apenas comida ou água, era um outra sede, do teu corpo mesmo dentro do meu estômago, dos meus rins.
Eu ainda quero chorar porque no meu corpo não para de brotar água, de nascer plantas com frutos dos nossos dias que ainda colho e caminho para poder arranca-los um por um com minhas próprias mãos.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A gente vive em longuras.
Só o mar que é o mesmo.
O mar de baixo e daqui de cima.
As águas quentes e frias do mesmo oceano
nos recordam da vida, do marasmo e das tempestades
violentas, de como as vida nos trata.

A música, essa daqui,
no acordeom foleado de um agudo de saudade.
O meu povo e sua pele de pouca água.
A voz de Gonzagão que hora escuto,
lembra das nossas cantando não sei o quê,
mas que sempre permeava saudade, alegria e paixão.
Como diz parecido Drummond: "acho que escrevi um poema".
Não para os folhas de livro, mas para as nossas que se riscam a cada vez que a Roda Vida nos concede um encontro.

Segredo de corpo e alma o que a palavra me diz agora.
E talvez a gente viva a vida e morte inteiras sem entendê-la.

Beijos com saudade!
J.

segunda-feira, 30 de abril de 2012


Das cartas que escrevi, tantas!, restaram algumas letras.
Palavras foram ao vento,  porque tem asas mesmo,
voaram para pertencer a outras bocas, outros corações.
Hoje durmo com novos textos, os de um sentimento em crescença
de absor- e absolvição viciante.
À espera que me assaltem os tempos do amor em loucura.
Minha irmã voou pela primeira vez
aos 44 anos. Disse-me que era fantástico voar.
Imagine se fosse com as próprias asas!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Um amor indelével
uma paixão estigmatizada.
Um amigo pra tantas horas.
Um poema feito pra mim,
uma música dedicada,
uma carta rasgada na despedida.
Uma foto do primeiro dia em qualquer lugar.
Tudo na vida tem que ser posto à prova.
E o coração tem que se despedir dela assim, cheio.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Dor medonha

Triste do amor que acaba do jeito que o nosso acabou
Triste do amor que termina com o mesmo mal estar
E deixa no seu rastro uma saudade sem-vergonha
Um imenso vazio, uma fome imensa e uma dor medonha
Triste do amor que teima em soluções muito definitivas
Que sensação de fracasso depois de tantas tentativas
Pra recuperar um velho entusiasmo
Que foi afundando dia menos dia
E sumiu no marasmo
O que fica pra nós disso tudo é um acordo inconformado
Nós que agimos do jeito que achamos mais civilizado
Vai saber que apesar de ja ter sido bom
Fiica a impressão de muito tempo perdido
Vai saber que se a gente se vir na rua vai se sentir inibido

terça-feira, 20 de março de 2012

No meu país
milhares de gentes morrem hoje
seja de qual for a bala,
a pedra,
a grana que não apodrece nos cofres milionários.

Eu vi uma criança catando lixo hoje
e meu mundo me pareceu mais fraco que aquele aterro semfim
Distribuído em podridões que aquela gente comia.
Eu pensei em todos e em ninguém no mesmo tempo
e chorar foi apenas um absurdo inábil.
Talvez seja porque está próxima a tua chegada.
Talvez porque os olhos sentem saudade pelo corpo todo.
Talvez porque os ouvidos não esquecem as nossas vozes entrecortadas
conversando sobre o mundo, pequeno mundo de Drummond
e o grande do Amor e da Poesia desses instantes.

Eu me sinto hoje como uma criança que espera um brinquedo.
Talvez porque as pequenas coisas são as mais importantes,
o vento que entrou pela janela agora e me aliviou do calor
e o pensamento de que vens voando me ver seja tão lúdico.

Eu talvez tenha esperado tristes dias
pela perda de muitas coisas
do meu próprio corpo amputado em membro e sentimentos.
Talvez a certeza de dias tristes me dão hoje a esperança de dias lindos
dedicados um a outro em meio a cidade apavorada por homens barulhentos.


Faltam apenas 2 dias!

João

quinta-feira, 15 de março de 2012

Queria ouvir uma música
na voz de quem lê poesia
E sentir o mundo hoje
como se fosse um livro
cujo tempo
não altera o teor da sua história de paixão
e outros lerão para satisfazer-se no fogo das paixões mal resolvidas.
Uma música em que o tom se indefina tal qual meu sentimento outrora
na voz de uma Bethânia ou Gal ou Elis
me deixe só agora ser feliz e se depois for tempo de lágrimas
que eu chore  feito água de rio de Rosa
e ainda eu me perca na terceira margem de outro amor desfeito.

domingo, 11 de março de 2012

Eu queria escrever às vezes com pedra
até ferir as mãos
para delas sairem as palavras que dizem dor.

Eu queria que fossem duras, secas
as letras que se casam e formam teu nome
no poema involuntário,
escrito no impulso de um choro cansado dos olhos
e vagam no rosto inteiro
demorando o tempo da tua chegança.
A chuva parece subir da Terra
e minha saudade partida ao meio.
Divido meu corpo e me encalco por dentro
faço-me menor para caber minhas dores
no coração sem linhas.

Penso deitar-me para esquecer meu corpo e seus desejos
A carne diferente das minhas razões tão bobas.
Mas o mundo me chama do amanhã que me cobra impostos,
me secam os olhos das lágrimas que sempre caem sozinhas.
Finda a noite daqui a pouco
e o meu pensamento ainda é só teu.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Quero a poesia do amor em absurdo.
O vinho e as flores recitando o instante
Do coração que levita aos olhos de outrem.
A palavra que inspira o poema urgentemente escrito
E a música insinuando a entrega dos corpos.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Escrever o poema da ausência
que é tanta presença agora.
Vasculhar teus papéis na lembrança e relê-los...
mil vezes, como que uma criança decorando histórias.
Enfeito assim o meu céu azul
sentado num banco de jardim
acompanhando minha própria solidão.
Quizá hayan muerto las flores.
Pero no el agua que las pueden alimentar.
Las ganas que tengo de sanarlas
de darles otra vez un color rojo, amarillo, 
todos los colores.
Los de la nostalgia, de lo lejos que a veces me siento
de lo cerca que estoy.

Aquí muchos espinos están alrededor,
el tiempo es corto
y me falta mucha cosa
Espacio físico y virtual, 
cama, mi particularidad.
Algo muy importante, creo que aprendo ahora,
que se puede vivir con muy poco, pero con esperanza y felicidad.
Lo suficiente es creer que más allá de las nubes que están arriba
el sol brilla fuerte,
el mismo sol que puede quemar tu rostro pronto, en tu primavera griz.


La primavera llega y con ella las flores.
Por eso se escribe, porque se cree que las flores no mueren.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Parece que foi ontem, mas em alguns dias resolvi pensar ser um analfabeto em que
a leitura do mundo acontece porque se ve as coisas simplesmente.

As vezes optamos nao beijar, nao fazer sexo, nao atirar pedras ou nao querer ser voce mesmo,
o ultimo seria o mais recorrente ou quase diario. Queria ser muitos porque e cansativo demais assegurar as pessoas que sou isso ou outras coisas que defino segundo meus proprios interesses e afetos. ao quero que ninguem seja igual, nem eu mesmo seria nem quero. Quero beber agua e alcohol quando me der a simples vontade no mesmo copo. Quero fuder com a vida e com homens ou mulheres, buceta ou caralhos me dariam o mesmo prazer se me deixasse fora da ordem natural das coisas. Nao quero academicismo. Isso nao deu certo nunca. Nem em predio. Nem em salarios. Tudo vai embora de repente e as pessoas tambem. Vou daqui a pouco, quando o abraco me aquecia ou me segurava para chorar. Nao acreditam no que dizemos as vezes. eu tambem nao sei se e verdade essa utilizacao continua de um passado verbal de condicoes descnessarias. A baanlidade e a rudeza, a vida ascetica, cetica, mistica e libidinosa me resseca a pela e a ejaculacao contida nos testiculos.
Que alivio escrever como se as palavras tivessem dormido e me tocado a noite inteira. A sensacao de que o verbo se faz carne e morre depois de ser dito. A poesia desse instante, diferente sde Drummond nao me plenifica em nada, apenas sacia a quase obrigatoriedade do escrever para ser infeliz e continuar buscando alegria.
 Nao ha palavras, ha a vontade de dize-las ou nao. sem acento meu texto vai se compondo numa atmosfera friorenta e cinza d eum lugar que se pudesse pintaria com tintas de pau- brasil por um instante. Aqui tudo e muito caro para mim, Moro num lugar que alguem disse que a minha moeda vale aproximadamente 3x menos. Mas tambem o meu salario seria mais ou menos tres vezes menos que o de um professor daqui. a educacao canina do meu pais que compra racao barata e finge alimentar caes de raca com poucos pelos e magras. A esqualida realidade brasileir ame revolta e para me contentar olho para as pessoas desse lugar que me parecem mais serias e infleizes. Mentira, esse e meu escapismo latino. Me gusta, no me gusta, preciso falar outra lingua porque a minha tambem aqui nao tem valor monetario para comprar produtos chineses e turcos.
Vou dissolvendo o texto numa confissao idiota que apenas eu terei que ler depois e revisar se minha necessidade de consertar as coisas me tomar o pescoco e me exigir ser mais correto. Beijos para mim nesse minuto grande so e com fome de nada ser ou ter.