quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Para que lembrar repetidamente
o cheiro, a vontade do teu corpo que era tanta!
Para que lembrar repetidamente que faleceu o carinho da noite
lencol dividido, agora rasgado e só.
Não foste só a ti que perdi,
foi um mundo pequeno de coisas que significavam mais que cada canto da casa.
Foi uma perda irreparável do João que fui,
que mudei,
que tentei mudar para ser teu.
Não acaba aqui a vida,
há um outro coração por vir e transplantar junto a folha
que seca no peito.
a esperança e o apego as lembranças
são as tentas onde me ninho e me abrigo sorrindo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

No haverá tempo
nem amor
nem medo
nem a ansia de encontrar outra vez as mãos e os pés.

Há o tempo de consertar a nota
o nó no peito
o som agudando o íntimo da dor do mundo.
Buscar a liberdade no amor sem apaixonar-se
sem clamar presença
sem procurar desculpas ou explanações
justificativas para doar-se em condições exclamativas.

Ser e não ser, pouco, demais
despedida, saudação
perto e longe
tudo vale viver quando se da conta da precariedade do amor
do tempo soluçando baixinho em choro continuo
matando-nos confessadamente e dizendo que tudo muda
e se cala de repente.

domingo, 23 de janeiro de 2011

O dia terminando depois de vários trechos de livros antipáticos lidos.
Não há por que fazer tão pouca coisa num dia tão longo.
Um desgosto pelas coisas que despertam minha alegria desde o dia em que a água mudou de cor.
O pão sujo de mofo dentro do cesto de lixo é comparável ao coração deitado no peito.
Um frio escaldante toma cada minuto dos pensamentos, lembranças, cheiros nostálgicos.

Varrer a dor, frase de uma canção possível ou já conhecida. Nada parece muito certo no momento
em qfechas a porta do quarto e parece que tudo se encerra. A noite não, abre-se com escuro revoltante
e ameaça a escrita solitária da saudade.
Tenho dois corações, o que queria te dar e o que você deixou comigo. Nnehum deles está no mesmo lugar comum onde levaria anos para parar. Há um osso calcificando em meio as dores favoráveis ao poema e ao choro escamado.
Um dia sobre outro, uma dor sobre outra. Um medo sobre.. nada está por baixo, tudo te submete ao todo que parece circundar, fechar um muro ao redor do corpo e alma desconjuntados.
Fará um dia de chuva amanhã, algo m diz que será escuro e diferente, talvez o último, ou o primeiro de muita eternidade.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O tempo do esquecimento
da ausência das minhas coisas
Do que ficou por lá,
onde o amor era quase certo,
a mentira contamninou meus dias
e a casa despintou portas e janelas diariamente.
Você, simples menino dormindo hoje,
eu, fraco ser em pé abraçado pelo tempo sufocando
pelo tempo atando as mãos
pelo tempo ansioso do esquecimento
de que tudo na memória seja vivo
e na vida se faça morte.

Eis-me aqui, diante de mim para conversar comigo
ver os espaços que te faltam, que me ausentam do que era antes,
o desdesejo pelas coisas rotineiras e simples
a saudade amassando os olhos e ouvidos
recordações exatas.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Do tamanho do mundo,
do tamanho da dor,
a alegria se escondendo
o amor porvir
e a vida acontecendo sem medo de mim.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Que foste para mim, ainda não sei.
na vida se sabe pouco e se vive menos ainda.

Que sinto por ti?
Uma ressaca de mar furioso
Vulcão de medo e desperdício do amar.
Às 2 horas de qualquer dia
a noite inimiga do sono
prepara meu dia cansativo, posterior
e me promete vários quando eu for chorar...
desmoronaras  cartas do jogo derrotado que foi tentar.
Não se sabe por que não aconteceu o que eu escrevia nos poemas
O que eu desejava nas cartas quando amavas
Eu, buscando sempre meu jeito impuro de chamar teus olhos
e teu sono contínuo me impedia de estar pronto ao teu lado.
Fracasso da noite fria do abandono
eu que em vão te convenço que ainda me existes
e o mundo meu e teu cabe-nos somente
mas gira rápido e mata a planta do amor no escuro.