terça-feira, 29 de junho de 2010

Construção

Deus mora no mar.
a mãe d'água na areia
o saci no avião,
o caipora na prisão
e os anjos num quarto escuro.
Deus come goiabas quitadas do pé
Yemanjá calça sandálias pretas
e Iara estirou seus cabelos na asa da Jurema.
Iracema correu pra Índia,
buscou Alencar por lá e nada viu.
Fez Kama- sutra com um africano raivoso
e deixou o mel em lábios Acres.
Quero um mito de Orfeu,
eros pro meu sexo em desarticulação.
Vou tocar a harpa desafinada do amor platônico
vou desfazer os mitos que geraram poesia até hoje.
Quero encontrar o poema que se esconde detrás da história da arte
dos contos clássicos, da poesia sacárdica, bancarroca e dos parnasiânus.
Vou entregar meu livro à Academia
e dar autógrafos ao Coelho.
Vou fazer sucesso na esquina tomando cerva
e fumando um puro falsificado.
quero ler com os garanhões e prostituas que não comem nada
vou buscar o verso no reverso de onde dizem estar
quero inspiração no sentido oposto, no pulmão esquerdo
não me contaminarei dos cânones dos cães europeizados
americanamente.
Quero escrever como na idade da pedra
lascado e sem ritmo
pulverizar as idéias herméticas que metram    no cérebro da poesia.
Nunca escreveram um poema pra Deus!
Resolvo agora dedicar-lhes esses poucos versos.
Tudo é pouco para quem se diz infinito.
Confesso meu nome
que me chames pelo apelido de adão e eva
quero ser antes e depois
para sentir agora a punhalada que me causam os prazeres.
Quero ter dedos, mãos e voz
ser um david contemporâneo
te dizer versos, cantar e dançar
no meio do mato escuro, na beira dorio
ou de frente pro mar, teu espaço preferido.
Quando criança aprendi a contar os dias
as noites eram curtas no meu sonho.
Os dias cheiravam às férias no sertão
aos medos de sapo
aos banhos em açudões e mares.
A infância gerou-me brincadeiras e choros
quase ao cabo da segunda meninice
o sangue jorrou do meu joelho
e eu me vi no espelho
dias depois
megrelo careca e feio.
Banalizado em hamacas tingidas no vermelho
de plasia que me tirava sangue e vida.
Desequilibrei-me desde então
dentro e fora
em cadeira de roda
e a escola era meu espaço de fuga e vergonha.
Aprendi rápido que a vida é um fósforo queimando os dedos
que sobram cinzas a cada momento mastigado
absolvi o cheiro das coisas, a velocidade do amor
o som da flauta e a breviedade do poema.
E a memória do que fui nesse tempo
é a própria vida gigante dos olhos caindo.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

há um livro que nos dirá tudo.
As verdeiras histórias estarão nele.
escrito com pena e sangue
com músicas de noel ao fundo
e  páginas passando como o dedilhar no bandolim.
lendo, os sobrevieventes desde Adão
correrão à última ponte e lançarão antes do corpo,
as cartas, os lençois, a memória do cheiro natural
e os adeuses malditos e saudáveis.
Da garganta sairá um sangue tisico último
num suspiro uma frase mórbida
de que nem tudo vale a pena.
ELE DESCOBRIU QUE A NOITE É MAIÚSCULA
QUE OS SIGNOS ENGANAM A TODOS
QUE AS ESTRELAS NÃO BRILHAM À NOITE.

ELE DESCOBRIU O SEGREDO DA CHAVE,
OS SETE SELOS
O CADEADO DE DOR QUE DETÉM O CORAÇÃO.
E O CHÃO FUGINDO DOS PÉS.
QUE OS CALCANHARES DESISTEM NO MEIO DO PASSO INFIEL
DESCOBRIU DESGRAÇADAMENTE QUE A PALAVRA ESCREVE A ELA MESMA
CONCORDA EM GÊNEROS E NÚMEROS PARA DIZER DO INFINITO
QUE O POEMA É MONÓLOGO SOBRE EL MESMO
E NUNCA TERÁ UM VERDADEIRO SENTIDO

domingo, 27 de junho de 2010

Vivo da ausência do meu corpo
ele todo não existe
mas o sinto como se inteiro fosse meu.
Ando sem pedaços de mim
sem a perna externa e interior que arrancaram
da vida que me amputaram diante dos meus gritos
de blasfêmia
e meu medo desesperado deitado.
Cãimbras, puxões, choques, fisgadas
minha mãe sem mãos
meu pai sobrevivendo dormindo.
Madrugadas de ilusões perdidas
mendigava viver mais
vomitei noites e noites e noites
e tive pena de mim
muita pena
e nada mais infâme na vida do que ter piedade dela própria,
mas só eu poderia fazer isso
sentir que sem mim o mundo se revelaria o mesmo
os poemas de agora não se escreveriam
 a vida não teria mais horas.
Ter um câncer é tão cruel quanto escrever um poema
não se vive mais em paz depois que se escreve.
E se um tumor cresce por acaso anexo em parte do ser.
O pior é sabê-lo!
Tomar em doses cavalares a química de um líquido
que quiçá nos assassine as próprias células rebeldes
de nós.
Glândulas, nódelos,
plasias, plaquetas, dores, desfiguração do rosto
dos pêlos
das ânsias, dos vômitos , dos medos
da vida que se faz urgente
das pessoas não entenderem nada
e terem medo que tudo um dia...
escrever poema é como ter um câncer.
Gosto de ler poemas para outros ouvirem
se pudesse leria para um público de 6 bilhões, o mundo inteiro
ouvindo a minha voz ritmar o verso, interpretar dos outros.
As vezes meu público não existe
mas eu sei que a poesia quer ser dita
precisa ser
tem...
Mas quase todo dia não há ninguém
então, leio para mim mesmo
ao menos que seja um versinho só
uma frase de pacto com a palavra noutro sentido
Vou até qualquer canto
sento, deito, banho, e digo
mas não há mais um dia sequer que eu não fale o poema
que eu sinta o poema
que eu veja o peoma
que eu chore, coma,
sacrifique, goze o poema
e nunca consigo matá-lo antes de dormir
Impressiona-me a vida com a madrugada.
A santidade que transfigura o silêncio
O medo da morte.
A vida dilatando seca
sangue correndo nas veias para quê?
E o sentimento fino de que as coisas pesam.
Que não há dança que solucione o mundo
nem música que supere os motores.
Há, sim, uma viagem esquisita do cotidiano
que nos carrega do medo de menos dias
Viagem sem volta para o escuro do nada
A existência empalidece quando pensa um ataúde.
Viciei-me na vida,
escrevi poema
desejei o mais absoluto de mim
e não alcancei o êxito de ter asas mais compridas
de lançar de um penhasco meu corpo e alma
indesejável grito rapino sem eco e vibração.

terça-feira, 22 de junho de 2010

E contam-me desde criança que só o amor permanece.
Não! O que permanece são as palavras.
A poesia contida nelas, nas sua letras engarrafadas em sílabas.
É o meu sentido dado a elas,
o vício de escrevê-las sem necessidades que reticencia.
O desespero de contar cada coisa em verbos.
A palavra sim,  sentimento duradouro
é ouro em pó, em barra, em versos.
Labirito nostálgico de entendimentos cheios
Sede de uma água que corre do rio que só eu conheço
onde sozinho me banho, aonde ninguém pode me acompanhar.
A palavra  mais lenitiva que a rosa
matando mais que nazistas
destrói mais que a guerra, a fome e outros hobbies humanos.
A palavra é o rito eterno de quem quer dizer.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

atormenta

Escrevo poemas para levar açoites
Ter noites, dormida e acordada.
Leio de Lusíadas a Unamuno
Valèry e Lorca para
entrenter o minuto que balança na cabeçeira
e viaja deixando-me velho.
Pontuo minhas verdades.
A arte de escrever conforme às leis
da ciência mística e literária
consiste em ter algo para dizer,,,
Tomar do papel e expor o esconderijo da folha branca.
Nela já está escrito tudo,
apenas desenho o que em mim já é palavra ou seu desejo.
Todos os livros nascem de um espaço branco, liso
de métrica retangular e esvoaçante.
Assim, feito o papel que nos sai da mão,
o poema pode realizar-se.
E os tempos de Einstein e de anônimos científicos
não resolveram o problema da poesia.
Qual vírus, então, que ao longo de milênios
afeta os homens e os fazem epidêmicos
endêmicos, anêmicos de tanto sugá-los?
Desde que tudo era pedra
o homem das covaspintavam os priemiros indícios
de letras querendo fazer palavra e verso.
Lembrei-me (pauseio) de um livro que li
não sei o nome (enrugo a testa)
mas recordo a poesia nele escrita
eram como estrofes receitadas de música
de escândalos verbais
e lágrimas metafóricas.
Escrevo agora
com o único intuito de escrever
)não que deseje ser artífice(
todos já somos
é apenas uma questão orgânica
de supervivência para reger o dia
e suportar a noite.

Das necessidades imediatas

É preciso sonhar acordado
assoviar um chorinho inventado,
acreditar na morte
negar o espírito
seguir as regras
trair,
visitar enfermos
ir embora
matar insetos
protestar um dia
encher baldes de frutas
tomar um seio nas mãos
sentir a falta
fazer sexo
acordar tarde
estudar pouco
abandonar um livro.
Levantar e sair
não ver espetáculos
criticar um exposição
otimizar o tempo
digitar um texto
comer demais
dormir com alguém
excluir alguém
pensar no outro
pedir emprestado
roubar uma caneta
fingir que não somos
sentir asco
esquecer a bolsa ou o guarda-chuva
tomar banho junto
vestir-se de lama
olhar o mar
caminhar descalço
procurar vídeos
mentir de vez em quando
compartilhar amigos
cantar desafinado
ficar bebum
cuspir no chão
pisar a grama
andar à noite
esconder dinheiro
não emprestar
encher o copo,
dar um presente
desejar um ídolo
rezar para ninguém
ser você mesmo ou pensar que é.

Pintura- A Beleza do ser-para-a-morte. Roberta dCosta

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O ofício do poeta Borges me foi tomado da prateleira de uma sala de leitura hoje pela manhã.
Cedo tinha acordado por um telefonema fraterno e apressado de minha irmã mais velha.
Os irmãos tem uma quantidade de coisas que nos impacienteiam ou nos sensibilizam, um ou outro.
Mas não me imaginei quando havia acordado que às 9 da manhã um livro de palestra de Borges
me viriam corroer as mãos e os olhos por apenas 45 minutos, aproximadamente.
O título de um livro é sempre o que me chama a atenção. O autor também, mas nada como um bom título
para deixar as curiosidades efervecidas.
Pois bem, o livro foi pego e a sensação de já tê-lo lido era tão impulsiva como a vontade que me fêz anotar em papéis pequenos brancos as frases mais expressivas a mim e a todos os leitores que viriam ontem e que  vieram amanhã. A fome lembrada pela única xícara de café tomada me desviava a atenção daquele discurso fenomenológico ao que Borges me convidava. Nunca pensei lê-lo com tanta avidez e perplexidade. Não que Jorge Luis não me seja um dos pupilos escritores, mas aquela sim era a verdade escrita tudo o que já lera dele em outros livros enormes. Ali, em poucos minutos divididos a umas 100 páginas somei a esperança para meu dia.
A poesia é, não vende nem compra, não apaga, não borra, dá a luz despausadamente a ela mesma e escorre no corpo lírico das outras, dos seus sentidos que na poesia é bambo, vacilante, escorregadio, desconfiado e espaçoso. O velho abismo em que nos atiramos sempre ao ler, ao desconcertar a música dos versos e a repetir a leitura por uma vontade explícita, ma sinterior que nos faz alcançar uma páginas de palavras desobedientes da realidade fraca.
Sim, não há nada mais fraco do que a realidade, se é que existe, essa cápsula extracorpórea onde estamos metidos e a onde somos levados. Por que não a loucura, a embriaguéz, o ópio, o ócio, tudo amalgamado e sendo.
Não há coisa pior do que a verossimilhança creditada à Literatura, nunca foram tão injustos com ela, quando não sei quando esse insight tomou os manuais de literatura, a poesia subverteu a ciência que estaria por nascer e matar o que é poético: a própria vida, outro nome dado ao que chamamos poesia. Vida existe, sim.
Realidade é a nossa reação por não atendermos só em carne e osso o que é a vida na sua circunferência total e absoluta.
Arranca-se a carne
doa-se a urubus os sentimentos,
as palavras  não fizeram nada para morrer.
Busco na minha hemoglobina escassa uma cor diáspora
que me carregue de todos os que já fui.
Lanço-me no país esquecido
dentro do eu niilista que me tornei.
Amo as pedras, as mais feias e esquecidas
aquelas que o mar não combinou com sua beleza.
As pedras que nunca ninguém verá escorrer no rio
e ninguém tomará na palma da mão e levará ao seu jardim.
Amo o que é esquecido
o que é lembrado por fatalidade
o que é cuspido na mente e jorrado no papel.
Sofro porque a mim a tristeza é a outra ponta aguda sorte
da felicidade suicidamente diária da vida que me põe assim.

sábado, 12 de junho de 2010

Ao lado dormes,
do lado direito da cama.
São tantos os sonhos que não lembrarei nenhum para contar.
Viajona insônia que me persegue desde a infância
Sempre me considerei esquerdo nesse mundo de pessoas normais
e perdi o sono, não tive brinquedos caros nem pai rico.
Estudei em escola de povoado, tudo contado
caderno, lápis, merenda e a roupa de ir à missa aos domingos.
Vigilia imprestável faltar oportunidades na vida.
Conheci a ti, ainda conhecendo surprendo-me a cada vez que a vida
me presenteia com essa idéia.
E nós, tão diferentes,de nós e de todos, encontramos a divisa de um travesseiro.
No fim o coração, essas três sílabas que batem até a hora da morte
essa dor que devolve à vida o sentido que ela não tem.

cartas

as cartas se rasgaram no ventre da mdrugada.
A imagem que guardei do sonho foi dissolvida na lâmina do tempo-
os gládios da memória são invencíveis depois dos anos!
Não resta nada na verdade de cada dia passado.
Eram tantas palavras que pareciam manter-se uma biblioteca própria e guardá-las!
Bobagem pensar que os outros não lhes recorriam sempre , as mesmas.
Poemas? Sonetos? Epístolas? Envelopes trouxeram a desesperança de guerra
de desespero da morte, de quem pensamos ser algo.
Luz forte nos olhos que cega de repente e não se vê nada ,
não se consegue andar, subir, descer, nadar, olhar dentro dos olhos.
Há uma esperança apenas de se tirar a coroa de espinhos
e ressucitar dos mortos depois de um milênio.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

 Rufino Tamayo
La palabra camina a solas
escribirrepetirensilenciodisminuirelcaos
aumentarloscallossotenerlosbrazosalrevesdelcuerpo
caminarcommanosparaserdiferenteyvigilarlosdíasqueyasepasanhacetiempo.
llorarbajounacáidadeaguaoscurabñarseporfueraconlasangredeunanimalasesinadomear
todoloqueelcuerponoaguntaydespedirsedesimismoescondiendoseenunamanta.
E qual a virtude de um poeta?
É o amor só que o move a perder tempo e escrever?
A palavra é alma do poeta
nela deve estar seu amor escondido, impossível
generoso ou tacanho.
No papel ele despeja suas declarações à amante -palavra
que lhe toma coração, corpo e voz
sexo e orgasmo versificado.

Não há perante o amor
força maior do que o verbo que já era
antes de tudo.
A palavra, pré e pós-amor
pé da razão
veia do senso, da ínfima inteligencia que nos foi ordenada.
Não comprendemos que há mais que um alfabeto
que amor é uma palavra só dentre tantas que exprimem a cada dia
a maneira equivocada de entender os sentimentos.
Lamento! Mas não amem a palavra que se diz completa
pois nela está a completa desamplitude de si mesma.
E a descoberta de um dia como se fosse a vida inteira! Será mesmo tudo verdade nesse redemoinho de coisas, esse plano redondo  de gentes chamado Terra? Vale mais que tudo é saber que há o espaço de tempo entre acontecimentos lindos, trágicos e traiçoeiros: tudo a mesma coisa,  acontecendo em etapas, em vários círculos que, se pularmos dentro, vira uma brincadeira.
Mío

segunda-feira, 7 de junho de 2010

É dura a idéia da pedra
é pesada a madrugada cansativa
escrever quando ninguém me escuta.
A coruja, a umidade e a nuvem única
silencia o ouvidocom medo porque não tem lua.

A poesia é esquisita
não está no papel
do livro fugiu
do coração se esquivou
para o inferno se abriu.
A poesia não diz nada
Murilo Mendes está morto
e eu escrevos para as futuras traças
das bibliotecas homéricas que imaginei no mundo
 incendiadas na soturna insensatez
na obscenidade das bombas que em breve mandarão lembranças.

Vã intrepidez do poeta anônimo
que não vende livros
e nem sequer acha palavras que se pronuncie
Sonho tolo fazer versos
sobre o amor à revelia da humanidade
perdida, sífilis cautérizada, implodida.
Meu amor tem olhos claros
cabelos lambidos de amarelo
e sorriso debochado.
Voz aguda de infante
corpo descomportado.
Canta feito sabiá,
graúna canário
inquieto ele anda apressado
De tudo cuida com des-jeito.
É de Espanha
outros cantos não falados
de tempos de perda, de separado
Meu amor é pele só
fina, doída, beijo torcido
amiúde trocado
é noite agarrado
é dia, discussão e janta
é café televisão e planta:
meio um amor desarrumado.
Disseram-me ao longo do rio
que o segredo eram suas aguas dançando
que a chuva era ele voltando ,com saudade
que a pedra era  sua roupa,
os peixes, seus enfeites circulares.
Disseram-me na sombra da árvore
que ela sombreia porque é grande
que tem folhas porque tem caule
e tudo na vida
é tão simples como sentar ali, debaixo .
Disseram-me dentro do amor
que ele é duro, feio e forte
do seu centro sai mosquitos
que atormentam nossos ouvidos
boca e olhos
e  se nos toca deixará sinal de morte.
A vida é um quase morte
pouco a pouco desmentida.
É um infância perdida
brinquedos roubados
esperança traída.
A vida é guilhotina, foice
masmorra
cárcere imposto
tortura bandida
precedente irresponsável
de facada fria e fina
de libertade pequena e fraca.
Vida é amor sendo perdido
lágrima endurecendo
 perda e dor comunicadas.
É o pássaro que traz no seu canto uma notícia
e ao percebê-la
não houve tempo de ser querida.