segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Minha solidão.
Gosto de amargo na língua.
Falta e medo de faltar mais.
Porque dormes comigo quase todos os dias da minha vida
e eu te perder?
Claro que não.
Desejo de repintar um quadro com as cores que escolheres.
Vermelho, amarelo não faltarão.
Cuidado em organizar a nossa casa
deixa a roupa limpa os pratos cheios,
os livros guardados.
Lemos todos juntos, tu smepre dormes
meu desejo de contar história te embala
até virar sonho o conto empolgado
Me amas e eu tbm te amo
como é também feita d eincertezas a vida.
A noite uiva para dentro da janela.
Meu poema sai latindo pela rua sem endereço final.
A vida me traga e sopra
desperdiço-me no dia inteiro em que o amor sofre ameaça
e uma cadeira balança sozinha no quarto.
Saudade do primeiro beijo que dei
dos primeiros toques sobre meu corpo
meu suor composto pelo meu próprio prazer.
No meio de tudo o tempo.
No meio das coisas que vão acontecendo, muitas delas sem respostas,
mas nem perguntas foram feitas!
A vida e o desejo de mais vida.
O amor e o desejo de mais amor.
O segredo do querer assim
galopante sonho de ser deus um dia
e encaminhar meu destino surpresa...

sábado, 25 de dezembro de 2010

Ao mundo e sua falta de vergonha dedico o que escrevo.
A mim e meu espaço denúncias que não dão pão a quem tem fome.
Ao meu pouco medo de morrer, mas não fazer greve de fome
dedico o que chamo de versos.
Versos versus Realidade.
A poesia hoje mais que nunca é queimada nas livrarias
preenche corações que sonham pouco
e acomodam gente em poltronas de cinema colorido e rápido.
A literatura será brevemente substituída por coisas menos do que ela
importantes e vácuo.
Cérebro e coração não mais lhe pertencem.
Boa sorte a todos!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A culpa do amor é ele não existir em dois
no mesmo tempo
na mesma quantidade
intensidade massa e moléculas.
Precisa de detalhes mínimos
para que sua aparelhagem funcione até o vencimento
a validade de que outro amor surgirá em seguida
e eu não morrerei de chora de saudade e solidão,
ou raiva mágoa por ter sido deixado esperando
num cinema escuro.

A culpa do amor é ele ser tão fraco
e term dito a vida inteira que era ele
 o mais sublime sentimento
o mais importante e forte.
Mentira de todos, minha também
ter acreditado e reforçado a farsa que engana
os homens desde Adão e Eva.
A culpa do amor é ela não ser minha
e minha unha é roída pela espera incontida
do seu sinal de vida infeliz para mim.
Ouve-se o mundo em gritos
Pessoas se despem de si pela ganância diminuta
As aves são degoladas nos quintais.
As crianças cheiram maus
os cães tomam banho de sais
e o homem, animal doméstico do tempo hoje,
torce o nariz ao passar nas calçadas onde moram pobres.

Ouve-se música
Mas não há uma nota que tranquilize o homem morto de fome
que se reconhece no trabalho subelemesmo
cuja vaga foi dada pelos outros habitantes da cidade.
A música que não se quer ouvir, toca
o prato que não quer se comer, vem à mesa.
O mundo onde não queremos morar demole
e cava buraco para suas vítimas de bomba
balas e beijos.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Se me dissesses um adeus completamente
eu teria saudade dos beijos
eu teria medo da morte
eu cavaria um buraco tão fundo
que morreria dentro.

Se me negasses a voz
não saberia ouvir mais nossas músicas
nem leria os poemas que te fiz até antes de ontem.

Se me deixasses indiferentemente encima da tua cama
dentro da ta casa
esquecido entre as coisas do gurada roupa
eu mofaria de rancor e tédio
de desesperanças
de impossibilidade
e me gamarias toda a força que que resta para uma vida.

Eu sou teu tanto!
Minha voz salta seca e sem respiro
quando me anuncias a despedida,
mas sei que as dores de amar
iludem e passam
e não precisamos calça-las seguramente como quem pisa na areia
de uma orla já conhecida.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Não há uma história que se possa contar hoje.
As cabeças dos meus alunos parecem vazias.
Meu conhecimento: um éter em vidro destampado.
Uma sede enorme de suco de uva fingindo vinho.
Desavergonhada covardia de denunciar que eu estou no mundo.
O por-do- sol n'ao me faz graça nem me deixa emocionado,
há carros de mais na beira-mar para isso.
a areia branca me suja de tinta negra.
Plásticos me vem no lugar de algas
copos descartáveis denunciam o alcoolismo dos meus conterraneos.
E ainda me pedem um poema mais feliz, mais sentimental e mais romântico!
Ora, mas esses são os sentimentos,a  felicidade e o romantismo que me trouxe o
presente século sacal.
Uma vergonha de ver tantos habitantes numa cidade só,
mendigos sujos e fedorentos competem com perfumes comprados caros
e desviam o olham cego da burguesia sardenta dos bairros que fedem.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Hoje era ontem e depois de amanhã.
Meu carro fedia com meus desejos de sexo mais tarde.
Espero há horas no trânsito infernal da avenida Domingos Olimpio, grande escritorcuja homenagem foi um espaço urbano por onde traspassam pessoas vazias, em carros grandes e cinzas e pretos na maioria, mas não leram quase nunca literatura. Devaneio com a imagem de Luzia-homem seminua desfilando no canteiro.
O medo de mais prejuízos me proclama um ser humano mesquinho: mais gastos, menos dinheiro e uma sobra de infelicidade por meses adiante. Diante de mim fumaça- fumaça- fumaça, a briga por quem polui mais, quem gasta menos tempo e ganha nada. Uma futura noite mal dormida, de tres da madrugada às 7 da manhã, os ombros acordam antes que os olhos com muita dor para o dia inteiro. O enfervecido mundo que eu escuto da janela de um prédio vazio cheio de apartamento, dois por andar, respectivamente aos carros. Um medo de mim, de sair outra vez para o dia impreciso da semana. A espera por dinheiro, por acontecimentos que desencaminhem algo a mais, a fuga das gripes contínuas no Planeta Gás Carbonico que roubou a orla belíssima de minha cidade desde os anos setenta.
Viro-me de um lado para o outro da cam, o mundo: dormindo ou não, me inquieta e abre-me portas, rasga meu travesseiro, os bares estão lá esperando-me no fim de semana. As mesmas pessoas guardam suas alegrias no samba de domingo, no copo de cerveja quase quente num calor de dezembro cearense.

Creio eu que já morri e não me disseram, dirão quando morra outra vez. Muitas vezes a gente falece de tudo, menos de fome. A dor de cabeça é um detalhe diante dos tumores intra-alma que nos vão crescendo por toda a vida e nos assassinam após uma metástase de meses.
O dia termina, o ano e a vida toda de um pedaço de tempo desaproveitado. Queria ter sido algo mais importante para mim, mas fui para outros e nem me deram um salário mínimo, recompensa.
A noite chega e a certeza de que todas as coisas se repetem no mesmo disco, no mesmo lado, no mesmo endereço que somos.

conversando com sívia moura no facebook pela primeira vez,.Aí saiu poesia!

Essa dança que nos circunda tanto!
Essa inquietaçãod e mexer o corpo a toda hora
A boca que já não dá conta do que se quer gritar.
A dança- protesto
A dança-política
A dança-epifânica
A dança-dança
simples estímulo de um dentro que se desloca fora
o medo de não caber tudo na gente.
O medo do que falta ou sobra.

Muito feliz por existir dançando,
chorando, comendo, amando
um processo até quando!
Beijo

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dentro da palavra,
abra um sentimento.
Ela tem por dentro algo eficaz para as dores,
flores.
Não abra sem que se permita dizê-la antes!
Sinta que se exije com ela a vida
E grite antes que durmamos pela primeira vez.
A palavra se encanta quando dita pela boca.
Canta os versos e faz poema virar sentido.
Palavrano avesso, por fora, é tudo igual
Casca nobre, fruto podre ou vazio de sentido,
a ideia tá sozinha na cabeça!