sábado, 7 de fevereiro de 2009


"Não há instante que não seja carregado como uma arma". Borges


Não, amor, não é mentira!

Escuta a nossa história outra vez.

Lembra da nossa medida ,

refaz a farsa dos nossos corpos ali juntos,

na cama ou no chão tão absurdos,

esquecidos das outras coisas mais pequenas.


Volta , amor, àquele parágrafo do texto

onde éramos tão amantes,

que nem a noite nos rompia um instante de beijo

e que o sono ia embora

e um percevejo rodeava o corpo inteiro feito dedos

e trazia-nos o prazer clássico do amor de outros tantos.


Faz, amor, isso por nós,

porque eu lembro de tudo sem um pranto,

mas o sorriso sim, limpo e santo,

sai do meu rosto quando a tua ausência

é certa e o reencontro uma porta semi-aberta.

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