"Não há instante que não seja carregado como uma arma". Borges
Não, amor, não é mentira!
Escuta a nossa história outra vez.
Lembra da nossa medida ,
refaz a farsa dos nossos corpos ali juntos,
na cama ou no chão tão absurdos,
esquecidos das outras coisas mais pequenas.
Volta , amor, àquele parágrafo do texto
onde éramos tão amantes,
que nem a noite nos rompia um instante de beijo
e que o sono ia embora
e um percevejo rodeava o corpo inteiro feito dedos
e trazia-nos o prazer clássico do amor de outros tantos.
Faz, amor, isso por nós,
porque eu lembro de tudo sem um pranto,
mas o sorriso sim, limpo e santo,
sai do meu rosto quando a tua ausência
é certa e o reencontro uma porta semi-aberta.
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