domingo, 15 de novembro de 2009

Telefone, voz estranha me atende. Susto
Engasgo. Vegonha. Culpa.
Vida parou?
Não.
Ameaça. Silêncio. Onde?
Tudo. Nada. Para onde?
Telefono. Amigos.
Medo. Vergonha. Suor. Frio. Calor e Medo.
Fujo. Chego. Ninguém, nem eu.
Acordo. Durmo? Quem sabe!
Músicas. Poemas. Músicas. Poemas. Nossos
atropelos, sangues, mortes, perto, tudo perto.
Tenho dentro de mim neste instante: atropelo, sangue, morte, pertos.
Lembro, tudo em  minutos, lembro, lembro sim, mas não contarei nada
Ninguém me escuta, desaprendi a dizer, a defender-me.
Todas as palavras não ditas.
todas as palavras falhadas, falidas, minhas filhas, minhas, só minhas.
Aproximo de mim esse cálice,
quero que minha vontade não seja feita
quero bebê-lo todo
afogar-me em vinho de sangue meus atropelos
minha morte viva, agora nesse minuto.
escrevo e não sou poeta, escrevo, mas não sou poeta.
escrevo porque e mim há mãos, olhos, dedos e um choro e o sorriso que me lamentam
quero sempre dizer, no silencio, num silêncio
todos ouvem o que eu quero dizer no silencio que mata o meu choro
pelos atropelos, sangue, morte, desespero.

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