terça-feira, 29 de setembro de 2009

Em resposta à miséria na calçada.

Perdoe.
Quero dizer, não perdoe a negação de ter a que foste condenado.
Espera nessa calçada- cama
a lama vermelha que te assaltará juntos as cachorros moribundos
com quem compartinhas noites, misérias e sujeira.
Não és ninguém, escutas a todo tempo da boca
que nega um tostão de consolo e te joga qualquer coisa a comer.
Feijão, arroz carne e bife com batatas
Almoço no restaurante do outro lado da rua
e tu, amigo em miséria distinta,
não tens sequer um braço
que te jogo na íris da rua
e te faça menos gente.
Pois que fosses animal,
um cachorro de madame que tem todo o luxo
e serve para lamber a ferida nas caras burguesas da república do pão e circo.

Vai, te aconselho a viajar, definitivamente,
lá nao terás nada a pedir nem a sentir
O mais completo vazio que toda alma transborda agora.
que mude

Nenhum comentário:

Postar um comentário