
Queria um sentimento sem logos
O amor bizarro, pitoresco
E anti-literário, o não amor.
Na verdade, revela-me esse tal: o único sentimento que não inspira nada a poesia.
Meus poemas são o seu fracasso, sua idéia, nunca seu fato!
Quero hoje que me enlouqueçam o ódio , a raiva canina
A saliva escorrendo na boca epilética
Qualquer coisa que seja vista, sentida e tocada.
Quero a paz vermelha do filho pérfido
Talvez o ódio! Sim ,esse sim me prova a boca
A raiva de um mundo cão onde Drummond viveu
E eu também, em mil novecentos e eternamente,
Para sempre despudorado e frágil a qualquer sensibiliade que não me diga nada.
Sim, o ódio é o sentimento puro e sólido que hoje me empurra às tintas e palavras.
Que a maldição de todos os des-amantes
Mortos pelo ódio, sem parcimônia
Desencarrilhe meus versos e os entortem
Para o caminho infernal do fracasso.
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