sexta-feira, 3 de abril de 2009


Queria um sentimento sem logos

O amor bizarro, pitoresco

E anti-literário, o não amor.

Na verdade, revela-me esse tal: o único sentimento que não inspira nada a poesia.

Meus poemas são o seu fracasso, sua idéia, nunca seu fato!


Quero hoje que me enlouqueçam o ódio , a raiva canina

A saliva escorrendo na boca epilética

Qualquer coisa que seja vista, sentida e tocada.

Quero a paz vermelha do filho pérfido

Talvez o ódio! Sim ,esse sim me prova a boca

A raiva de um mundo cão onde Drummond viveu

E eu também, em mil novecentos e eternamente,

Para sempre despudorado e frágil a qualquer sensibiliade que não me diga nada.

Sim, o ódio é o sentimento puro e sólido que hoje me empurra às tintas e palavras.


Que a maldição de todos os des-amantes

Mortos pelo ódio, sem parcimônia

Desencarrilhe meus versos e os entortem

Para o caminho infernal do fracasso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário