quarta-feira, 1 de julho de 2009

Há dezesseis anos, meu Deus
Há dezesseis tempos era meu corpo estendido em lenços brancos
Eram nuvens brancas onde dentro guardavam o enxofre e o corte letal de minha parte.
Foi de uma vez só, dormi e quando acordei, nunca mais fui eu
Algo de mim em tiraram, o pior, avisando antes.
E depois era noite, depois manhã e não se fez dia
Depois sobre o embaço de tubos e desespero
A lágrima forçado do era mais seco
A ausência foi sendo ela mesma em mim todo
Como se sentisse saudade de todos os órgãos e membros.
A dor dos outros e a minha em mim
Tudo era meu
A morte de uma parte antes da minha definitiva.
Meus irmãos, meu pai, amigos e a Pietà
Que em casa, depois da cruz tomou-me no colo em pranto e desespero de insurreição
Depois vieram os dias, ganhos que nunca compensaram a perda
Mas que me levam dando anualmente muletas e lembrando que sou ainda inteiro.

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