sexta-feira, 10 de julho de 2009

A criança no colo do pai
desavisada da vida
do que seja a fome
pequena ainda
corrói meu coração, menor ainda.

Mais lágrimas
Mais uma vez o terror no meu dia
de mendigo, de mim
E eu que ando pedindo esmolas a mim
que suplico mais um pedaço de piedade
p suportar que revira o estômago injustiçado.

Mas ele queria só um prato,
Por favor, senhor!
Por favor , senhor!
Amedronta-me a medonha dor do mundo que me faz só isso
Vejo, revejo, conceito, mas não é isso!
é fome, é miséria, é simplesmente não ter, nada.
Nada se sentir porque nem o concreto do almoço desce naquele dia pelo esôfago.
Uma esmola, por favor, Deus, Ateu, homem de paletó
uma passagem só, pra votar pra minha casa.
Para mentir por qualquer coisa
pela pedra pelo feijão
ou pela mentira mesmo que já é miserável e concreta por todo canto.

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