sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ouve-se o mundo em gritos
Pessoas se despem de si pela ganância diminuta
As aves são degoladas nos quintais.
As crianças cheiram maus
os cães tomam banho de sais
e o homem, animal doméstico do tempo hoje,
torce o nariz ao passar nas calçadas onde moram pobres.

Ouve-se música
Mas não há uma nota que tranquilize o homem morto de fome
que se reconhece no trabalho subelemesmo
cuja vaga foi dada pelos outros habitantes da cidade.
A música que não se quer ouvir, toca
o prato que não quer se comer, vem à mesa.
O mundo onde não queremos morar demole
e cava buraco para suas vítimas de bomba
balas e beijos.

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