quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Não há uma história que se possa contar hoje.
As cabeças dos meus alunos parecem vazias.
Meu conhecimento: um éter em vidro destampado.
Uma sede enorme de suco de uva fingindo vinho.
Desavergonhada covardia de denunciar que eu estou no mundo.
O por-do- sol n'ao me faz graça nem me deixa emocionado,
há carros de mais na beira-mar para isso.
a areia branca me suja de tinta negra.
Plásticos me vem no lugar de algas
copos descartáveis denunciam o alcoolismo dos meus conterraneos.
E ainda me pedem um poema mais feliz, mais sentimental e mais romântico!
Ora, mas esses são os sentimentos,a  felicidade e o romantismo que me trouxe o
presente século sacal.
Uma vergonha de ver tantos habitantes numa cidade só,
mendigos sujos e fedorentos competem com perfumes comprados caros
e desviam o olham cego da burguesia sardenta dos bairros que fedem.

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