sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Meu amor é um fratura exposta
um gole acre entumecido
vigoroso e letal.

É um corredor percorrido a noite inteira
Chuva fina caída lá fora no dia mais triste da vida.
Há muros que foram por ele construído
Há o próprio amor que vai remoçando
como se dele mesmo nascendo
E morre, e vive e segue falecendo
aquelas milhares de coisas que se impunham em cima da mesa
do armário, das bolsas e do miocárdio imprudente.

Há no amor uma espécie de continua despedida
mesmo no reencontro diário e enfadonho.
Há no amor gota, um solo
um água que não jorra
que não seca
aparece mas não totalmente se encarna
nem como corpo nem como alma.

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