domingo, 19 de setembro de 2010

A dança limita meu corpo
a dança em mim cede e excede
me faz fracasso e força.
Fome, sede movimento e queda.
há um deseuilibrio em cada marcação
um desafio ilimitado em conseguir não ser perfeito.

O corpo é um baú maior que pensamos
nele se guardam todas as quinquilharias
os passados palavras
os passados dores
os passados músicas
os passados raivas
os passadospaixoes
os passadosseparações
perdas, mortes, sonhos e suas variantes íntimas.

O corpo como possibilidade de perda constante,
de saber que se ganha com isso.

Comecei o balé depois que a dança em mim já era vida.
Comecei um movimento no prirmeiro dia de embrião e
desde lá vou levantado e caindo para dançar melhor
para provar que há movimentos possíveis
que há amputações que não se pode medir
que arrancam nossas pernas e braços e estomagos e
ouvidos e audições e inteligência
sem nos pedirem total acordo,
e que a nossa dança se faz disso
ou das faltas:
dança-se porque a falta excede
e que por não sobrar nada
reivindicamos o principio de tudo a todos.

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