segunda-feira, 22 de junho de 2009

Subpoema- plágio sob Drummond

E agora João?
A festa apagou
O chão escapou, a cadeira balança.
E você senta ao teu lado e chora

Não és mais de ninguém, João.
És de ti, talvez, uma lembrança infeliz.
Não amaste o suficiente,
Não trocaste todos os bens pela paixão de um dia?
Rasga-te e joga fora ao cão da vida
O papel da tua história amassada!
Não tens coragem, João?
Você não é forte.
Você cambaleia ébrio,
Teu poema tem defeito e nunca fizeste uma rima.
Tudo é fracasso e compadeces de ti sempre: teu amor próprio te traiu todos os dias.

Agora não ES mais teu
Nem de ninguém, foste algum dia, deus saberá, ou não!
E mesmo que soubesse não diria.
Acostuma-te ao pântano da dor que afunda no meio do corpo
E olha para as nuvens negras sem sol.
Escreve um bilhete só
Não há poesia alguma sobre a morte de um poeta.
Escreve, e despertarás da letargia do teu corpo abismo
salva o coração para os vermes,
Porque amar nunca mais será o mesmo.

Um comentário:

  1. Então, vim conhecer seu trabalho poético. É muito instigante e tem gosto de quero mais.
    Um grande abraço
    Maria Helena Sleutjes

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