domingo, 7 de junho de 2009

Porque tu sabes, sim
que eu caminhava nua no jardim
esperando a hora em que tu me tirarias a outra roupa que me cobria de frio,
aquela que só tu sabes desprezar ou possuir.

Andei o dia inteiro nesse jardim
como que rumasse em um metro quadrado de flores no galho e no chão de gramas amareladas.
Esperava tranquilamente desesperada para ser mulher,
mas só tu tinhas em tuas mãos, boca e cheiro
o segredo que me revelaria o sexo danado.

Meu cão latia, insistindo a tua falta macabra e demorada.
Vesti-me após horas esperando na Rua dos Desprazeres,
fui dormir sendo menina outra vez,
depois de observar os livros na estante empoeirada de romances.

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