quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A tarde de um domingo sem ventos.
O sol posto é quase eternidade.
A semana que promete: serei o mesmo em 7 dias?
Não há como desfazer rotinas
desabotoar roupa e calçado sair disfarçado ao trabalho.
O horizonte do tamanho de uma janela me limita os dedos
não sei tocar instrumento, tomar um café,
mas se pudesse seria  violino ou cielo
cordas me diriam mais que  teclas
parecem-me com dor, falta, busca;
angustia de encontro indesejado.
O livro abre-se nas mãos e as letras soltam sulcro palido
nada dizem do que esperava
a novela de cavalaria, no vigor do pleno século
seria mais interessante no fim do dia.
Beijo minhas mãos e ponho-me o crucifixo
queria estar em tábuas
em cama esticado e  sem sorte
dormir uma noite inteira sozinho
ter medo de sonhar e não ser mais o mesmo.
Não seria assim
não fosse tremendamente oposto
frágil
vidríco
acrílico
bombástico
cristal sem rima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário