sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Eu quis cavar um buraco onde eu me coubesse
Mas os braços, as pernas
qualquer membro  aflora.
Eu nunca imaginei que a gente é maior do que pensa
que o corpo continua depois das extremidades
que a unha é maior do que a gente pinta.
Nem sacola nem mochila
nada caberia o meu corpo guardado
porque os sentimentos vão a lléguas do meu tamanho
estrapolam as circunferências dos pés, dos cabelos
e nenhuma mala me carregaria sem minhas dores
até a calçada da amargura, dentro de um táxi..

Mas o buraco da morte, não
Esse já me foi reservado antes de nascer
e quando para lá eu for
Viajarei completo em ataúde de rosas e esqueletos
num devir de completude
Haverá peixes e leões e víboras
que conviverão pacificamente dentro do coração, eternamente
mas agora é preciso a guerra do corpo
a crise do coração
o medo da vida
o verso feito em caos do mar
para que eu não me caiba,
pra que eu não me saiba.

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