
Nenhum traço na minha tinta ainda é descontínua...
Continuas pintando, sim,
E eu, teu modelo pronto,
satirico, sofrido e amante.
Meus pés na irrealidade tocam o quadro dos teus
e roçam o contínuo dos teus dedos.
Falta- me cores hoje para escrever, falta-me beijos,
falta-me as palavras, quaisquer.
Fala-me! E lança contra mim a tua dor em preto e branco
enquanto acreditas que sem ti minha pupila é colorida.
Não mentes os passaros quando ainda cantam
nem as flores quando se abrem.
Os homens, sim, estes fingem não respirar mais um amor.