A garganta do mundo grita a cidade filha da puta.
A realidade é obscena, prostíbulo da vida e dos "humanos":
Zero à esquerda e à direita da bala perdida.
Um braço amputado e o coração atingido
num grito da mãe e de todos os parentes diante da caixa que leva o corpo:
_ Apenas o que restou!
E o mundo reviravolta na cabeça de quem feito eu grita pra dentro: _Eu não posso fazer nada!.
Tarde de domingo que anestesia a violência no peito e na vida.
Fotografias mortas e pessoas perambulantes nos morros e favelas, sinônimos!
Gente de carne preta (quase-sempre)
e sem dinheiro, portanto, sem alma, é óbvio.
Edifícios longos lá no sul dificultam o enfrentamento da fatalidade matando
porque o cartão-postal é mais importante.
E eu sou assassinado brutalmente pela imagem que de relance percorre meus olhos
agora e pronto.
Deitado assisto à tragédia greco-romana num brasil pouco clássico.
Escrevi esse texto logo após assistir e presenciar o documentário Abaixando a Máquina de Guillermo Planel
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